A presidente Dilma Rousseff telefonou ontem (20) para o governador do
Ceará, Cid Gomes (PSB), para ouvi-lo sobre a onda de protestos no país.
Segundo ele, Dilma estava em estado de "perplexidade".
Cid disse que sugeriu à presidente que faça uma reunião com governadores e prefeitos para discutir o assunto. Hoje, Dilma está reunida com seus ministros para avaliar os protestos.
"É um movimento de contestação aos poderes constituídos. Quem está com
essa responsabilidade tem que se solidarizar e, junto às pessoas, pensar
em um planejamento para o Brasil", disse o governador nesta sexta-feira
(21), após um evento em Fortaleza.
Na noite de ontem, uma passeata de ao menos 3.000 pessoas
terminou com uma tentativa de invasão ao Palácio da Abolição, sede do
governo do Ceará. Manifestantes mais radicais apedrejaram os vidros do
palácio. Houve 61 detidos, sendo seis menores de idade.
Cid afirmou que os manifestantes propensos ao vandalismo são uma "parte
muito pequena" do grupo e que o movimento não pode "descambar para a
destruição do patrimônio público, porque é um patrimônio nosso
construído com nosso suor".
O governador cearense ressaltou que é a favor dos protestos, apesar de
admitir não saber em que eles resultarão. "A gente deve canalizar essa
energia da parte positiva das manifestações para termos um grande
projeto de longo prazo, colocando metas e responsabilidades. É isso que a
juventude quer", disse.
Ele defendeu o estabelecimento de uma matriz de responsabilidade para ações nas diversas áreas de governo.
Para Cid, a construção dos estádios da Copa do Mundo mostrou à população
que, quando há uma mobilização, as coisas acontecem --por isso, elas
passaram a fazer reivindicações. "O povo aprendeu", disse.
"Se os governos tiveram capacidade de fazer os estádios, por que a gente
não melhora a educação, a saúde e a segurança pública?", questionou o
governador.
Da Folha de São Paulo
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