Em São Paulo, a medida vale a partir de segunda-feira. "No caso do metrô e do trem, nós vamos revogar o reajuste dado voltando à tarifa original de R$ 3", afirmou Alckmin. Por telefone, a prefeitura de São Paulo confirmou que a suspensão do aumento também vale para as passagens de ônibus.
"Será um sacrifício grande, teremos que cortar investimentos", disse o governador de São Paulo. Entre as razões para a adoção da medida, o governador paulista citou "a tranquilidade na cidade". A partir de agora, iniciam-se as negociações de um novo preço.
O reajuste das passagens em São Paulo aconteceu no começo de junho. O preço subiu de R$ 3 para R$ 3,20. A princípio, o aumento aconteceria em janeiro. Mas um pedido do governo federal (que temia que a revisão do preço afetasse negativamente os índices de inflação) adiou o reajuste da tarifa.
Este ano, de acordo com dados da prefeitura, o município iria gastar R$ 1,25 bilhão para financiar o preço da tarifa de R$ 3,20. Sem o subsídio de 93 centavos, o usuário do sistema de ônibus da cidade pagaria R$ 4,13, segundo informações da prefeitura. Estima-se que para que a tarifa volte a custar R$ 3, o munícipio terá que desembolsar aproximadamente R$ 1,5 bilhão do orçamento.
De acordo com o secretário de planejamento do estado de São Paulo, Julio Semeghini, o investimento que custeará a revogação das tarifas pode vir de algumas obras que estavam previstas, mas que atrasaram ou ainda não começaram, segundo agências de notícias.
Rio de Janeiro
No Rio de Janeiro, a revogação do reajuste da tarifa de ônibus, de R$ 2,95 para R$ 2,75, já será aplicada a partir desta quinta-feira. Segundo Eduardo Paes, o impacto da decisão no orçamento da prefeitura carioca poderá ser entre R$ 200 milhões e R$ 500 milhões.
Em nota, o governo do estado informou que, a partir de sexta-feira, as tarifas para trens, barcas e metrôs (que haviam sido reajustadas para R$ 3,10, R$ 3,30 e R$ 3,50, respectivamente) voltam aos valores anteriores ao reajuste: R$ 2,90, R$ 3,10 e R$3,20.
Após a implementação do reajustes no preço no início de junho, diversos grupos sociais se mobilizaram contra a medida em São Paulo. Na última terça, uma manifestação organizada pelo Movimento Passe Livre parou a avenida Paulista. Naquela ocasião, a organização afirmou que os protestos só parariam com a anulação do aumento das passagens.
Na quinta passada, um novo evento em São Paulo sofreu violenta
repressão policial. A manifestação aconteceu dois dias antes do começo
da Copa das Confederações. Com o torneio, os protestos se espalharam
pelo país. Na segunda, 100 mil pessoas no Rio e 65 mil em São Paulo,
segundo estimativas, reclamaram a redução das passagens de ônibus nas
cidades.
Agendado para a próxima quinta, o evento no Facebook do sétimo ato
contra o aumento das passagens em São Paulo já contava na tarde de hoje
com a confirmação de presença de mais de 140 mil pessoas. No Rio, mais de 120 mil haviam confirmado participação numa manifestação amanhã pela mesma causa.
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