Centenas de milhares de brasileiros saíram às ruas de mais de cem
cidades do país para exigir serviços públicos de qualidade e denunciar
os gastos com a Copa do Mundo, apesar da redução das tarifas de
transporte público obtida nos últimos dias.
No Rio de Janeiro,
uma enorme multidão tomou conta de toda a extensão da Avenida Presidente
Vargas, no centro da cidade, em um protesto que reuniu mais de 300 mil
pessoas, segundo avaliação da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Confrontos
foram registrados entre manifestantes e policiais, alguns a cavalo, nas
imediações do prédio da Prefeitura. Um jornalista da Globonews foi
ferido na cabeça por uma bala de borracha.
Um veículo do SBT foi
incendiado por manifestantes e segundo a secretaria municipal da Saúde,
17 pessoas ficaram feridas nos confrontos em torno da sede da
prefeitura, na Cidade Nova.
Em Brasília, o protesto reuniu mais
de 30 mil pessoas e no início da noite milhares de manifestantes
tentaram invadir o Congresso Nacional, sendo reprimidos pela Polícia de
Choque. A multidão seguiu então para o Palácio do Itamaraty, onde ocupou
a rampa e destruiu um dos acessos ao prédio.
Em Salvador, a
polícia disparou bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha contra
manifestantes concentrados a 2 km do estádio onde Nigéria e Uruguai se
enfrentavam pela Copa das Confederações. Algumas pessoas jogaram pedras
para tentar furar a barreira policial e se aproximar mais da Fonte Nova,
segundo jornalistas da AFP no local.
Pelo menos um manifestante
ficou ferido atingido por um disparo de bala de borracha nos confrontos,
que também deixaram um policial ferido.
Milhares de pessoas
gritaram "O gigante acordou!" e entoaram lemas contra a presidente Dilma
Rousseff, contra a homofobia e o racismo.
Também ocorreram
distúrbios em Porto Alegre, Campinas - no interior de São Paulo - e em
Belém. Nas duas últimas cidades os manifestantes tentaram invadir as
prefeituras e foram reprimidos pela Polícia de Choque.
Em Campinas, a TV local informou sete feridos nos incidentes.
No
Recife, outra sede da Copa Confederações, mais de 50.000 pessoas
tomaram as ruas, segundo a Polícia. À medida que a multidão avançava
pacificamente pelo centro da cidade, as pessoas jogavam papel branco
picado do alto dos edifícios.
Em Vitória, outra manifestação
reuniu mais de 100 mil pessoas no centro da cidade, e um pequeno grupo
atacou com rojões o prédio do Tribunal de Justiça.
Nada permite prever o fim deste movimento apolítico, sem uma liderança claramente identificada.
Nesta
quinta, alguns sindicatos, organizações da sociedade civil e partidos
políticos - incluindo o PT - declararam sua intenção de participar das
passeatas, mas muitos de seus membros foram repelidos por outros
manifestantes.
Na Avenida Paulista, houve brigas entre
manifestantes quando um grupo denominado "Os Nacionalistas" tomou
bandeiras do PT e do PSTU das mãos de militantes, queimando-as em
seguida.
Membros da UNE, do PSOL e de outras organizações também foram hostilizados na capital paulista.
UOL
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