Quase 30 lojas e bancos das Ruas Direita, São Bento e XV de Novembro
foram saqueadas por um pequeno grupo que participou das manifestações de
terça-feira (19). Esse foi o balanço parcial da destruição que começou
no Viaduto do Chá, no Centro de São Paulo, com a tentativa de invasão da Prefeitura.
Um dos responsáveis pelo vandalismo no prédio histórico foi detido na
tarde desta quarta-feira (20). Pierre Ramon tem 20 anos e é estudante
de arquitetura. Ele está preso no Departamento Estadual de Investigações
Criminais (Deic) suspeito de ser um dos vândalos que comandaram as
depredações à Prefeitura.
Segundo a polícia, Pierre é o rapaz de camisa branca que aparece nas
imagens feitas pelas tevês usando máscara para esconder o rosto. As
cercas de ferro e cinzeiros viraram arma nas mãos dele e de outros
comparsas. Os vidros das portas foram quebrados.
Poucos antes das 19h de terça-feira, os manifestantes se concentraram
em frente à Prefeitura. A única barreira entre eles e o prédio eram
cercas de ferro, que foram tombadas. Sem barreiras, os guardas
municipais tentaram evitar a invasão da Prefeitura.
Os GCMs entraram e um grupo de vândalos começou a depredar o prédio. O
grupo foi para a lateral do prédio e tentou arrombar a porta com um
poste de ferro. Pedras quebraram os vidros das janelas. Nas imagens
gravadas, é possível ver claramente o rosto de um rapaz de camisa azul.
Enquanto isso, outros baderneiros pichavam o prédio. Depois, os vândalos
atearam fogo em um carro de reportagem de uma emissora de televisão.
O grupo violento deixou a Prefeitura e passou a atacar o comércio da
região central. Vinte e nove pontos comerciais entre lojas e bancos
foram danificados no centro histórico. As imagens da violência foram
gravadas.
De repente, os vidros foram quebrados e dezenas de vândalos invadiram
um banco, na Praça do Patriarca. Em minutos, a agência foi destruída,
equipamentos foram quebrados e levados embora.
O Theatro Municipal, tombado pelo Patrimônio Histórico, foi pichado.
Uma concessionária de veículos, na Rua Augusta, também não escapou. Ao
ver o prejuízo, um comerciante dono de uma relojoaria ficou desolado.
“Vontade de chorar, viu? A gente batalha para ter alguma coisa aí e
vem esses vândalos, aí. Não tem nem como comentar. Difícil, difícil”,
disse o comerciante Yoshio Tamai.
Na Avenida Paulista, a equipe de reportagem do SPTV flagrou vários
jovens saqueando uma banca de revistas. A polícia passou em frente à
banca arrombada, mas não fez nada. Nesta quarta-feira, seu Nessim Safra
calculou o prejuízo em R$ 5 mil. "Eu não acreditava, eu sou a favor do
movimento. Isso aconteceu eram 2h da madrugada. Já tinha acabado a
manifestação e não tinha policiamento", disse.
Durante as depredações 69 pessoas foram detidas, oito são menores de
idade. Os maiores foram autuados em flagrante por danos ao patrimônio
publico e privado, furto e formação de quadrilha.
A policia disse que tenta identificar outros manifestantes que agiram
com violência. Um grupo andava tranquilamente com aparelhos de tevês
furtadas. Outros suspeitos foram presos com nove tevês e brinquedos.
Uma loja de eletrodomésticos, na Rua Direita, foi toda saqueada. Além
dos aparelhos, vândalos tiraram de lá uma moto, queimada em seguida
perto da Prefeitura.
Na tarde desta quarta-feira, funcionários da loja foram com um
caminhão à delegacia para pegar de volta uma tevê, um micro-ondas e um
fogão roubados da loja, recuperados durante a manifestação.
Nos calçadões do Centro, não foi dia de vender nesta quarta. Foi dia de arrumar as portas e de lamentar os prejuízos.
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