De
acordo com a Confederação Nacional dos Municípios, o repasse total foi
de R$ 2 bilhões, um dos menores dos últimos anos. Para julho, o Tesouro
Nacional prevê queda nos repasses do FPM de 13% (em relação ao mês
anterior). Ontem, o presidente da entidade, Paulo Ziulkoski, fez um
alerta aos prefeitos e pediu "cautela" aos gestores nos meses de julho,
setembro e outubro. "Dado o comportamento sazonal do FPM, estes são
historicamente os meses de menores repasses", disse Ziulkosky.
Também
ontem, o ex-presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do
Norte, Benes Leocádio, ao comentar a queda nos repasses, alertou para as
dificuldades que viriam nos últimos meses de mandato dos atuais
prefeitos. "A situação é preocupante", disse ele.
Entre
os 71 municípios com "saldo zero' a maioria tem menos de 15 mil
habitantes, mas a lista inclui muitos de porte médio, como Santa Cruz,
Nova Cruz, Pau dos Ferros, João Câmara, Ceará-Mirim, e de grande porte:
Mossoró e Parnamirim.
Em
São Gonçalo do Amarante, dos R$ 843 mil repassados nesta sexta-feira,
sobraram apenas R$ 15 mil para livre movimentação. Em São José do
Mipibu, do repasse bruto de R$ 542 mil, R$ 347 mil ficaram retidos para
pagamento das contribuições previdenciárias. Em Tibau o saldo foi de
apenas 98,11.
Estão
estreando na lista municípios como Ouro Branco, no Seridó; Itajá, no
Vale do Açu; Vera Cruz e Vila Flor, no Litoral; Marcelino Vieira, no
Alto Oeste; Pureza e Poço Branco no Mato Grande. A região Central tem,
proporcionalmente, o maior número de municípios na lista: Lajes,
Angicos, Pedro Avelino, Santana do Matos. Também estão lá Acari,
Canguaretama, Caraúbas, Currais Novos, Extremoz, Jucurutu e os
"habituês" Guamaré, Pendências, Alto do Rodrigues, Goianinha, Touros e
Upanema.
O
"saldo zero" é resultado de uma combinação explosiva que envolve queda
brusca na arrecadação dos impostos que formam o FPM (no caso atual
provocado pela renúncia fiscal de IPI e da devolução do Imposto de
Renda) com aumento da folha de pagamento de pessoal, o que eleva as
despesas previdenciárias. Os prefeitos dizem que a folha subiu em função
do piso nacional dos professores, que teve aumento de 22% este ano; do
reajuste do salário mínimo e da ampliação dos serviços de saúde, que
obrigou as prefeituras a contratar mais profissionais para atuar nas
ações básicas.
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