Cientista política da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), Maria do Socorro Sousa Braga diz que o patamar frustrou expectativas.
— Era esperado um maior engajamento dos eleitores e, portanto, uma redução da abstenção neste segundo turno, por conta da disputa acirrada. Imaginávamos que isso seria um incentivo à participação -avaliou a cientista política.
Mas, diante de um cenário do início do ano, que apontava para índices recordes de ausência nas pesquisas, por conta da onda das manifestações populares em 2013, o resultado obtido, na opinião dela, foi positivo.
— É um número alto, mas está dentro da média. Numa eleição como essa, a abstenção poderia ser decisiva pois foi uma eleição muito polarizada. (Com esse acirramento) era esperado que se mobilizasse mais gente nessa reta final, mas não.
Teixeira apontou ainda a ausência de propostas e a agressividade das duas campanhas eleitorais como justificativas para que o índice tenha se mantido dentro do patamar histórico.
— A população não foi convencida, não foi sensibilizada pelos candidatos, justamente pela ausência de propostas e também pela agressividade das campanhas. Mas não foi um índice muito fora do curso, já que a média costuma ser de 18%, 19%.
Cláudio Couto, cientista político e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV,) afirmou que nem mesmo a militância dos partidos indo às ruas na reta final das campanhas foi capaz de diminuir o índice.
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— No segundo turno, o percentual de abstenção sempre é maior do que no primeiro. E quem vai para ruas fazer militância é quem vai votar de qualquer jeito, então é ilusório achar que o número poderia ser alterado.
Para Maria do Socorro, entretanto, o percentual de abstenção registrado nas urnas este ano não deve ser fator de preocupação.
— Ficou muito próximo dos índices históricos. Não é motivo para preocupação, por enquanto — disse a cientista política da Ufscar.
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