A Organização Internacional do Trabalho (OIT) projeta aumento em 2,4
milhões no número de desempregados nas economias emergentes em 2016.
Steven Tobin, do Departamento de Pesquisa da OIT, explica que a
deterioração do mercado de trabalho nesses países está ligada à redução
do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e riquezas
produzidos em um país). Na América Latina e Caribe, a situação é
considerada mais grave, com contração do PIB em 2015.
Particularmente no Brasil, Tobin cita a diminuição da demanda
externa, em especial da China, e a queda nos preços das commodities
(produtos primários com cotação internacional) como fatores que
contribuíram para o aumento da taxa de desemprego. No entanto, diz ele,
esse cenário acabou revelando fraquezas estruturais do país, como a
baixa produtividade. Segundo o pesquisador, o Brasil teve “excessiva
confiança” na exportação de commodities durante os anos de prosperidade.
Segundo especialistas ouvidos pela Agência Brasil, a situação do país
se torna mais difícil devido a uma crise fiscal. O governo tenta cortar
despesas para equilibrar as contas públicas, afetadas por gastos
elevados e também pela queda na arrecadação tributária causada pela
recessão. Paralelamente, o Brasil vive uma crise política que impacta a
economia e cujo episódio mais recente, a aprovação do pedido de abertura
de um processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff pela
Câmara dos Deputados, paralisa as ações que poderiam melhorar o cenário
econômico.
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