A Justiça do Rio Grande do Norte começa a julgar nesta quarta-feira (29)
os quatros acusados de envolvimento na morte do advogado Antônio Carlos
de Souza Oliveira, assassinado a tiros no dia 9 de maio
do ano passado dentro do banheiro de um bar no bairro Nossa Senhora de
Nazaré, na zona Oeste de Natal. A audiência de instrução e o julgamento
serão iniciados às 14h na 3ª Vara Criminal da cidade em sessão presidida
pelo juiz Ricardo Procópio Bandeira de Melo.
Os réus Expedito José dos Santos, o 'Irmão Sérgio', Antônio Carlos
Ferreira de Lima, o 'Carlos Cabeção', Marcos Antônio de Melo Pontes, o
'Irmão Marcos', e Lucas Daniel André da Silva, o 'Luquinha', são
apontados como responsáveis por planejar e executar o crime. Todos foram
denunciados pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte por
homicídio duplamente qualificado. "Vamos pleitear a pena máxima de 30
anos de prisão", afirma o advogado Manoel Fernandes Braga, que atua como
assistente de acusação do MP junto ao advogado Rousseaux Rocha.
O crime foi investigado por uma comissão da Delegacia Especializada de
Homicídios (Dehom), formada pelos delegados Roberto Andrade, Karla
Viviane e Raimundo Rolim. A Polícia Civil concluiu que o assassinato do
advogado Antônio Carlos está relacionado uma disputa por terras no
município de São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal. Na briga pelos terrenos estariam a vítima e o comerciante Expedito José dos Santos.
De acordo com a investigação, o advogado teria derrubado um muro
construído irregularmente pelo comerciante. A desavença teria levado
Expedito a entrar em contato com o policial militar Antônio Carlos
Ferreira de Lima. Os delegados apontam Carlos Cabeção como articulador
do crime. O PM teria acionado Lucas Daniel para executar o advogado. A
Polícia Civil coloca os dois como integrantes de um grupo de extermínio.
Luquinha admitiu que foi o responsável pelos disparos que mataram
Antônio Carlos. O quarto acusado, o pedreiro Irmão Marcos, teria dado
apoio à fuga na noite do crime.
Prisões
O primeiro acusado a ser preso foi Expedido José dos Santos, detido em
maio do ano passado. Na época o comerciante negou ter sido o mandante do
crime, mas admitiu que o carro dele, uma Doblò, foi usado no crime e
que ele mesmo, ao fugir para Fortaleza, no Ceará,
tocou fogo no veículo com medo de se complicar. Em depoimento à Polícia
Civil, o comerciante confirmou que o carro foi dirigido pelo réu Irmão
Marcos na noite do crime.
O segundo a confirmar a participação de Irmão Marcos no crime foi Luquinha, que também confessou ter sido o assassino do advogado. Ao G1,
Lucas Daniel admitiu o crime e afirmou que matou o advogado a mando de
Expedito para se vingar de Antônio Carlos. Luquinha foi preso em junho
em um lava-jato no bairro Barro Vermelho, em Natal.
Ao ser apresentado como assassino do advogado, Luquinha disse que foi
enganado pelo comerciante. “Ele me disse que o Antônio Carlos era um
vagabundo que tinha derrubado um muro de um terreno dele e dado um
prejuízo de mais de R$ 40 mil. Eu fui enganado. Se eu soubesse que era
um advogado, um homem de bem, eu não teria feito isso”, contou na época.
O pedreiro identificado como 'Irmão Marcos' também foi preso em junho
enquanto trabalhava em uma obra na cidade de Ipanema, na região do Vale
do Aço, em Minas Gerais. Em depoimento, ele confessou ter dirigido o
veículo usado no crime e disse também que chegou a descer no bar e
apontar o advogado para que Luquinha o executasse.
No mesmo mês a Polícia Civil prendeu o policial militar Antônio Carlos
Ferreira de Lima. A defesa do PM negou o envolvimento de Carlos Cabeção
no crime e argumentou que vítima e acusado eram amigos.
G1/RN
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