Começaram na manhã desta terça-feira (27) as audiências de instrução e julgamento
dos nove acusados de participação no sequestro do empresário
mossoroense Porcino Fernandes Segundo, o Popó Porcino, de 20 anos. O
jovem, que passou 37 dias em cativeiro – o mais longo sequestro da
história do Rio Grande do Norte – foi levado por homens armados de um
parque de vaquejadas na cidade de Ceará-Mirim, na Grande Natal, no dia
17 de junho do ano passado, sendo libertado pela polícia em 24 de julho.
O empresário foi encontrado acorrentado dentro de uma casa na praia de
Pitangui, no litoral Norte potiguar. Não houve pagamento de resgate.
As audiências, segundo confirmou a assessoria do Tribunal de Justiça,
serão realizadas a partir das 8h45 no Fórum Desembargador Virgílio
Dantas, que fica no Centro de Ceará-Mirim.
Em razão da quantidade de pessoas intimadas, (quase 30 testemunhas
também devem ser ouvidas), a juíza Valentina Maria Helena de Lima
Damasceno acredita que os depoimentos devem ser estender até o final da
quarta-feira (28), quando somente então deverá se pronunciar sobre o
caso.
Ainda de acordo com informações do TJ, entre os nove denunciados por
extorsão mediante sequestro, dois réus respondem em liberdade, uma
mulher está em prisão domiciliar e outra está foragida. Orlandina Torres
Carneiro está em prisão domiciliar por um período de 180 dias porque
teve um bebê em abril. Leonora Gomes de Sena e Francisco Wancimberg dos
Santos Guimarães aguardam o julgamento em liberdade. A acusada Antônia
Berenice Damasceno Lima escapou do Centro de Detenção Provisória de Parnamirim em dezembro de 2012 e continua foragida. Ela é considerada procurada pela Justiça.
Estão presos Paulo Victor Lopes Monteiro, Bruna de Pinho Landim, José
Orlando Evangelista Silva, Anderson de Sousa Nascimento e Luiz Eduardo
Lima Magalhães Filho.
Justiça potiguar também já marcou
as audiências de instrução e julgamento dos acusados de participação no
sequestro do empresário Fábio Porcino Rosado Chaves, de 23 anos,
mais conhecido como Fabinho Porcino. Será no dia 28 deste mês, às 14h,
no Fórum Dr. Silveira Martins, que fica na avenida Alameda dos
Cajueiros, 355, no Centro de Mossoró. Ele, que é primo de Popó Porcino, foi sequestrado no dia 10 de junho deste ano.
Homens armados e vestidos com coletes semelhantes aos da Polícia
Federal chegaram a uma concessionária de veículos que pertence ao pai de
Fabinho e levaram o jovem empresário. A vítima foi libertada quatro
dias depois, quando a polícia encontrou o cativeiro numa fazenda na zona
rural da cidade de Canindé, no Ceará.
O sequestro de Popó
A Polícia Civil do Rio Grande do Norte estourou o cativeiro
onde estava Popó Porcino no dia 24 de julho de 2012. O estouro do
cativeiro e a descoberta de uma residência na cidade de Parnamirim –
também na região metropolitana – onde parte da quadrilha estava
acampada, aconteceu simultaneamente. "Iniciamos a investigação logo após
a confirmação de que o empresário estava sequestrado. Tínhamos a
informação de que o grupo estava dividido entre Pitangui e Parnamirim.
Nos dividimos e simultaneamente estouramos os dois pontos", explicou o
comandante geral da Polícia Militar do RN, coronel Francisco Canindé de
Araújo Silva.
De acordo com a delegada Sheila Freitas, responsável pelas
investigações, assim que os policiais invadiram o cativeiro na praia de
Pitangui, onde Popó estava, houve reação. Na troca de tiros, um dos
sequestradores morreu. “Porcino não sofreu nenhuma violência física.
Estava bastante emocionado e abalado. Certamente foi um trauma muito
grande”, ressaltou a delegada na época.
O mais longo sequestro do RN
De acordo com a PM, o sequestro de Porcino Segundo entrou para a
história potiguar como o mais duradouro. Foram 37 dias de cativeiro.
Antes, o mais longo já registrado no RN havia ocorrido em dezembro de
2004. A vítima foi o empresário, também mossoroense, Francisco de Assis
Silva, então com 61 anos. Assis da Usibras, como é mais conhecido,
passou 36 dias em cativeiro, sendo libertado no dia 21 de janeiro de
2005. Os sequestradores exigiram um resgate de 1,5 milhão de dólares, o
equivalente a 4 milhões de reais na época. O dinheiro não foi pago.
Fonte: G1/RN