Tão comum quanto o aplicativo são a formação de grupos do WhatsApp. Grupo dos amigos do trabalho, amigos da academia, grupo da família, grupo dos primos, grupo de estudo, grupo de mensagem. Enfim, é uma infinidade de grupos que fazem os alertas de novas mensagens não parar. São inúmeras notificações todos os dias. O dia todo.
Foram essas constantes notificações de chamadas do aplicativo que fez a estudante Andréia Costa a sair de boa parte dos grupos que a adicionavam. "As pessoas me adicionavam nos grupos e quando percebi já estava em 30 grupos. As notificações não paravam e isso me atrapalhava. Por isso, decidir sair de grande parte. Hoje só estou em cinco grupos", revela.
O microempresário Carlos César revela que as constantes mensagens nos grupos do WhatsApp também o incomodam. "Tem dias que deixo de ver o celular por algumas horas e quando pego tem mais de duas mil mensagens nos grupos. Tem grupo que as pessoas me adicionam que eu nem sei que são, mas não saiu porque acho uma indelicadeza", disse.
Apesar de bastante popularizados e ser uma meio rápido de comunicação. No entanto, psicólogos alertam para o risco do uso em excesso da ferramenta.
"É claro que o uso do whatsapp tem um lado positivo, ele ajuda na transmissão de informação e no contato com outras. Entretanto, há um paradoxo: enquanto ele pode aproximar pessoas que estão distante uma da outra, também, quando usado de forma exagerada, distancia as pessoas de quem se está perto, ao alcance dos olhos", explica a psicóloga Marly Santos.
A psicóloga explica que usuários devem ficar atentos, pois quando o uso de redes sociais, jogos e aplicativos passa a atrapalhar o rendimento no trabalho, escola ou as relações pessoas, é preciso buscar um equilíbrio no tempo dedicado aos aparelhos eletrônicos e, se preciso, buscar ajuda de um profissional.
Marly Santos conta que o distanciamento de pessoas devido ao descontrole na utilização destes meios pode ser percebido em uma situação cada vez mais comum atualmente: grupos de pessoas e até casais sentados em mesas de restaurantes e que não conversam entre si porque estão concentrados no celular.
"Essa falta de olho no olho é prejudicial. O fato de ficar cada um no seu aparelho leva a uma individualização muito grande e, quando usado à mesa, representa ainda um risco à saúde, pois é anti-higiênico. Há ainda o risco à segurança no trânsito, pois muitos motoristas, infelizmente, usam o celular até quando estão dirigindo, o que é preocupante e indício de descontrole", afirma a psicóloga.
Etiqueta virtual: o que não se deve fazer nos grupos do whatsapp
Além de não usar o celular enquanto dirige, é aconselhável ainda que os usuários sigam algumas regras de etiqueta virtual para evitar se tornarem inconvenientes e até serem removidos de grupos ou bloqueados por outras pessoas. Dentre as coisas citadas pelos entrevistados pela equipe do jornal O Mossoroense em relação ao WhatsApp está o ato de passar as chamadas "correntes".
"Odeio receber mensagens quilométricas com mensagens, supostamente, de pessoas que já morreram e que, caso eu não repasse a um zilhão de grupos, irei morrer em 24h. É ridículo e, se fosse verdade, pelo tanto de mensagens que já recebi e ignorei, já teria morrido centenas de vezes. Para isso, haja reencarnação!", brinca a estudante Milena Ferreira.
Outras atitudes reprovadas são ainda o excesso no envio de gravações de voz e imagens como cachorros, anjos, bebês e todo tipo de coisas dizendo "bom dia". Além destas, a abreviação de palavras de forma que fiquem irreconhecíveis ou ainda o envio de uma palavra por mensagem, aumentando o número notificações do aplicativo também costuma irritar alguns usuários, que tendem a "silenciar" conversas "barulhentas".
Outras mensagens que incomodam muitos usuários são ainda fotos de pessoas envolvidas em acidentes ou casos de violência. No entanto, entre todos os comportamentos condenados pelos usuários ouvidos, o vazamento de vídeos íntimos foi o apontado como o pior.
"As pessoas tem que ter consciência das consequências que a divulgação deste tipo de vídeos sobre a pessoa exposta sem permissão, sobretudo as mulheres. Infelizmente, muitas pessoas já chegaram a atentar contra a própria vida devido a este ato criminoso", afirma a empresária Mariana Targino.
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