O comércio internacional do Rio Grande do Norte registrou um aspecto
positivo no ano passado. As exportações tiveram um crescimento de quase
1,4% em relação a 2013, após uma sequência de anos com quedas e
resultados negativos. O estado fechou o último ano com um acumulado de
US$ 251,3 milhões contra US$ 247,9 milhões comercializados no ano
anterior. Com isso, o Rio Grande do Norte teve o quarto maior
crescimento das exportações entre os estados nordestinos, ficando atrás
apenas do Piauí (58,1%), Maranhão (19,3%) e Ceará (3,5%). Os demais
estados da região tiveram variação negativa, o que significa quedas nos
valores comercializados de um ano para o outro. Os dados constam no
Boletim do Comércio Exterior (Brasil, Nordeste e RN), análise elaborada e
divulgada pelo Sebrae no Rio Grande do Norte com base nas informações
do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Entre os produtos exportados em 2014, continuam liderando a pauta os
melões e as castanhas de caju, que respondem, respectivamente, por 23,9%
e 7,9% do total comercializado. Em seguida, aparecem o sal marinho
(7,54%), chapas de outros plásticos (5,33%), tecido de algodão (4,69%),
minérios de tungstênio e seus concentrados (4,22%), melancias frescas
(3,58%), consumo de bordo (3,53%), bombons, caramelos, confeitos e
pastilhas sem cacau (3,49%) e mamões papaias frescos (3,43%). Os
principais destinos das exportações potiguares, em 2014, foram os
Estados Unidos (18%), seguido da Holanda (16,7%), a Espanha (10,8%), o
Reino Unido (8,6%) e a Argentina (4,5%).
Se de um lado houve avanço nas exportações, o crescimento das
importações foi ainda mais expressivo: 17,9%. Em 2014, o estado importou
em produtos US$ 313,6 milhões contra US$ 266 milhões do ano anterior.
Entre os produtos que o estado demandou do mercado internacional,
aparecem os trigos e misturas de trigo com centeio como líderes,
respondendo por 12,6% do total importado pelo RN em 2014, seguido de
fornos não elétricos voltados a minérios e metais (8,1% das
importações), máquinas e aparelhos para esmagar minerais sólidos (6,6%),
eletrogeradores de energia eólica (3,3%) e, ainda, os cimentos não
pulverizados (3,1%).
Com esse cenário, a balança comercial potiguar - diferença entre as
exportações e importações - encerrou o ano com um saldo negativo e
atingiu um déficit de 62,3 milhões. O valor supera em mais de três vezes
o déficit do ano anterior, que foi de US$ 18 milhões. Isso porque o
total de aquisições feitas pelo RN fora do Brasil contabilizou US$ 313,6
milhões, enquanto o envio de produtos para outros países somou US$
251,3 milhões.
Pela análise, o principal meio de transporte para escoamento dos
produtos potiguares continua sendo o marítimo, por onde 84,8% das
exportações saíram. Em seguida, vem o modal aéreo, respondendo por 10,6%
do traslado das mercadorias potiguares para o mercado externo e, pelas
vias rodoviárias, por onde saíram 4% da pauta potiguar para o mundo.
Em relação aos municípios do RN que mais contribuíram para a pauta
exportadora do estado em 2014, Mossoró lidera a lista (US$ 75,4 mi),
seguido de Natal (US$ 32,4 mi) e São Gonçalo do Amarante (US$ 30,5 mi).
Apesar do aumento no valor das exportações desde 2011, a balança
comercial do estado obteve o pior desempenho na série avaliada. Até
então a menor baixa tinha sido em 2010, quando o RN obteve saldo
negativo de US$ 34,6 mi. Em 2014, o saldo negativo foi de US$ 62,3 mi na
balança comercial. O resultado se dá pela quantidade de importação
menos o saldo em exportação.
Cenário nacional
No ranking dos produtos mais exportados pelo país, as commodities -
produtos de baixo valor agregado - continuam obtendo destaque na lista,
ano após ano. Os principais produtos da pauta exportadora brasileira, em
2014, foram a soja (10,3% do total enviado ao mercado internacional),
seguida pelos minérios de ferro não aglomerados (8,8%), os óleos brutos
de petróleo (7,2%), outros açúcares de cana (3,3%) e os bagaços e outros
resíduos sólidos da extração do óleo de soja (2,7%).
No que tange aos parceiros comerciais do Brasil, em 2014, os principais
destinos das exportações brasileiras foram a China – responsável por
consumir 18% do total exportado pelo Brasil – seguida pelos Estados
Unidos, que respondeu por 12% desse total, e a Argentina, que demandou
6,3% dos produtos brasileiros enviados ao mercado externo.
Além disso, dos dez principais produtos da pauta do Brasil, sete
atingiram seus recordes de exportações em 2014, com destaque para a
soja, mesmo triturada; farelos e resíduos da extração do óleo de soja e a
carne bovina congelada, fresca ou refrigerada.
De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior (MDIC), o número de empresas exportadoras também
cresceu no país. Foram 441 novas empresas se lançando às vendas com o
mercado externo. O saldo resultou em 19.250 empresas brasileiras
exportadoras no último ano, cerca de 2,3% a mais do que em 2013 (18.809
empresas).
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