Páginas

sábado, 18 de julho de 2015

Cunha rompe com governo e diz que Planalto tem ‘bando de aloprados’

Cunha anuncia rompimento (Foto: Wellington Rocha)Ao anunciar o rompimento com o governo da presidente Dilma Rousseff, o dirigente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, disse ter provas de que o Executivo está por trás do que considera uma “orquestração” contra ele.

Nessa quinta-feira (16), em depoimento ao juiz Sérgio Moro, em Curitiba, o lobista Julio Camargo afirmou que foi chantageado pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e pagou a ele US$ 5 milhões em propina em 2011 para garantir a continuidade de um contrato bilionário com a Petrobras.

Na entrevista coletiva que concede neste momento em Brasília, Cunha disse que a Receita Federal fez uma injustificada devassa em suas contas. Ele protestou que não há motivo para isso, uma vez que não existe evolução patrimonial que justifique a ação da Receita. O caso, lembra o episódio do caseiro Francenildo Costa, alvo de ação da Receita a mando do então ministro da Casa Civil do governo Lula em 2009, Antonio Palloci, que caiu depois do escândalo.

“Tem um bando de aloprados no Palácio do Planalto. É um bando”, bradou Cunha. Provocado pelos repórteres a comentar quem integraria o bando, ele respondeu genericamente. “É muita genta. Não faço acusação leviana. Não vou nominar aquilo que não posso provar”, complementou o deputado.
Cunha garantiu ainda estar seguro sobre a condição de presidente da Câmara. Ele afirmou ainda que não pretende agir ilegalmente no que diz respeito a eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff. O deputado também esclareceu que o rompimento é sua posição pessoal e que não reflete a posição do PMDB.

Apesar disso, Eduardo Cunha declarou que vai levar para a cúpula de seu partido a tese de que o PMDB deixe o governo e vá para a oposição. Ele disse que comunicou sua decisão ao vice-presidente Michel Temer e defendeu ainda que ele deixe imediatamente a articulação política do governo.

Eduardo Cunha provocou ainda o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que, segundo ele, está em conluio com o PT. “Prefiro que ele faça logo a denúncia contra mim. O melhor que ele faz é fazer logo isso, porque saio da esfera dele e vou para o Judiciário, que acredito ter isenção”, declarou o deputado.

O parlamentar também afirmou que vai entrar com reclamação contra o juiz Sérgio Moro, que conduz a investigação na primeira instância da Justiça Federal do Paraná. Segundo o deputado, o magistrado, sem ter competência para tanto, manobrou para manter sob sua alçada a investigação que resvalou em Cunha. Por ter foro privilegiado, o presidente da Câmara só pode ser investigado no Supremo Tribunal Federal.

Portal no Ar

Nenhum comentário:

Postar um comentário