Nessa quinta-feira (16), em depoimento
ao juiz Sérgio Moro, em Curitiba, o lobista Julio Camargo afirmou que
foi chantageado pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e pagou a ele US$ 5
milhões em propina em 2011 para garantir a continuidade de um contrato
bilionário com a Petrobras.
Na entrevista coletiva que concede neste
momento em Brasília, Cunha disse que a Receita Federal fez uma
injustificada devassa em suas contas. Ele protestou que não há motivo
para isso, uma vez que não existe evolução patrimonial que justifique a
ação da Receita. O caso, lembra o episódio do caseiro Francenildo Costa,
alvo de ação da Receita a mando do então ministro da Casa Civil do
governo Lula em 2009, Antonio Palloci, que caiu depois do escândalo.
“Tem um bando de aloprados no Palácio do
Planalto. É um bando”, bradou Cunha. Provocado pelos repórteres a
comentar quem integraria o bando, ele respondeu genericamente. “É muita
genta. Não faço acusação leviana. Não vou nominar aquilo que não posso
provar”, complementou o deputado.
Cunha garantiu ainda estar seguro sobre a
condição de presidente da Câmara. Ele afirmou ainda que não pretende
agir ilegalmente no que diz respeito a eventual impeachment da
presidente Dilma Rousseff. O deputado também esclareceu que o rompimento
é sua posição pessoal e que não reflete a posição do PMDB.
Apesar disso, Eduardo Cunha declarou que
vai levar para a cúpula de seu partido a tese de que o PMDB deixe o
governo e vá para a oposição. Ele disse que comunicou sua decisão ao
vice-presidente Michel Temer e defendeu ainda que ele deixe
imediatamente a articulação política do governo.
Eduardo Cunha provocou ainda o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que, segundo ele, está em
conluio com o PT. “Prefiro que ele faça logo a denúncia contra mim. O
melhor que ele faz é fazer logo isso, porque saio da esfera dele e vou
para o Judiciário, que acredito ter isenção”, declarou o deputado.
O parlamentar também afirmou que vai
entrar com reclamação contra o juiz Sérgio Moro, que conduz a
investigação na primeira instância da Justiça Federal do Paraná. Segundo
o deputado, o magistrado, sem ter competência para tanto, manobrou para
manter sob sua alçada a investigação que resvalou em Cunha. Por ter
foro privilegiado, o presidente da Câmara só pode ser investigado no
Supremo Tribunal Federal.
Portal no Ar
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